quinta-feira, 28 de julho de 2011

Crianças com colesterol


Antigamente, colesterol era comum em idosos. Em compensação hoje não há mais idade para tê-lo, já que a alimentação e a qualidade de vida estão diretamente ligados a ele. O problema é que quando o colesterol atinge altos níveis, pode causar doenças que atingem tanto crianças quanto adultos, impondo risco para a Aterosclerose, principal causa do infarto, derrame (AVC) e de outras doenças cardiovasculares.

É muito importante saber diferenciar os dois tipos de colesterol. O colesterol "bom", conhecido cientificamente pela sigla HDL (high density lipoprotein, ou lipoproteína de alta densidade), que quando em altas taxas (acima de 60mg/dl, colabora para a remoção do excesso de colesterol do sangue, e, com isso, acaba reduzindo o risco de formar placas ateroscleróticas nas artérias, ou seja, a formação de placas de gordura. Já o colesterol "ruim", o LDL (low density lipoprotein, ou lipoproteína de baixa densidade), quando a medição mostra níveis acima de 100 mg/dl, propicia a formação das placas de gordura nos vasos, o que pode levar ao infarto e derrame cerebral.

O diagnóstico é feito através de exames de sangue de rotina. Hoje cerca de 40% dos brasileiros tem colesterol alto e, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), aproximadamente 17 milhões de pessoas morrem no mundo devido às doenças do coração, sendo que no Brasil pelo menos 300.000 sofrem infarto anualmente. "Apesar do colesterol ser uma substância necessária, é preciso saber quando ele deixou de ser saudável no organismo e começou a ser elevado", afirma o Hélio Castello, cardiologista diretor da Angiocardio (SP).

Nos últimos anos, o colesterol tem atingido muitas crianças, por causas genéticas e por conta da alimentação inadequada. "Comidas industrializadas e fast food são os grandes vilões para a criançada e é preciso acompanhar de perto como anda o colesterol, que, como a medição é diferente da feita nos adultos, não pode ser mais alta que 170 mg/dL", acrescenta Castello. Veja o que mais o cardiologista explica sobre o colesterol:

Quais as causas do colesterol alto em crianças?

“A principal causa é a hereditariedade, ou seja, crianças que tenham familiares próximos de primeiro grau com níveis elevados de colesterol têm maior probabilidade de apresentar esta alteração. Assim, sugere-se a investigação em crianças ou adolescentes que possuam:
- pais, irmãos, avós, tios e primos com níveis altos de colesterol.
- possuam manifestações clínicas típicas.
- possuam outros fatores de risco, tais como fumantes, obesos, hipertensos e diabéticos.
- Apresentam patologias que tenham maior incidência de elevação do colesterol, como: hipotireoidismo, alterações renais e outras.
- usem fármacos como: corticóides, contraceptivos orais, medicamentos para neoplasias e AIDS.
- Tenham ingestão muito rica em gorduras saturadas associado a fatores de riscos”.

Existem dados de quantas crianças podem ter colesterol?

“De acordo com o US Public Health Service, cerca de 25% das crianças americanas apresentam colesterol total acima de 170mg/dl. No Brasil, temos um estudo de Bento Gonçalves (RS), onde encontrou-se em até 28% das crianças de 6 a 14 anos e outro estudo de Campinas (SP), que identificou isso em cerca de 35% com graduações diferentes entre os grupos. Sendo assim, pode-se supor que pelo menos 20% das crianças tenham esta tendência”.

Como é controlada a doença?

“Segundo a American Heart Association todas as crianças com níveis de LDL-Coletarol (ruim) acima de 130 mg/dl deveriam ser acompanhadas de perto, iniciando-se o tratamento com orientação de dieta, melhora do estilo alimentar e da atividade física. O uso de fármacos é reservado para crianças, tendo que ser analisado cada caso particularmente”.

Dicas para controlar o colesterol

Opte por produtos desnatados;
Evite ao máximo: carnes gordas e produtos embutidos;
Exercite-se regularmente;
Fique sempre de olho no seu IMC (Índice de Massa Corporal), para ver se está no peso ideal;
Encare com seriedade o tratamento da Diabetes e da Hipertensão;
Não fume;
Faça anualmente um check-in completo com seu médico.

Com informações da jornalista Chris Flores.

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