O papel da mulher na sociedade mudou e com ele, a maternidade. Principalmente pela busca de maior estabilidade financeira, de uma situação mais favorável no trabalho e também pela procura do par ideal. Muitas mulheres tem adiado a ideia de ser mãe e junto com a conquista de uma melhor qualidade de vida alcançada vem também as complicações que acarreta uma gravidez tardia.
“A melhor faixa etária para que ocorra uma gravidez é entre os 18 e 30 anos. Nesse período o organismo está em plena maturidade hormonal e a gravidez, normalmente, transcorre de forma tranquila. Nessa faixa etária, os riscos de complicações na gravidez são bem menores”, explica o Dr. Tulius Augustus, ginecologista especialista em Reprodução Humana e diretor técnico da Clínica Bios. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, o número de mulheres que engravidaram pela primeira vez após os 40 anos cresceu 27% em dez anos. E esse adiamento da maternidade em detrimento do plano profissional tem gerado uma população de mulheres extremamente bem sucedidas e cada vez mais com dificuldades de engravidar.
Nos últimos dez anos um número crescente de mulheres acima dos 35 anos vem procurando tratamentos de reprodução assistida. Através dessas técnicas, muitos casais encontram a possibilidade de realizarem seus sonhos da tão esperada maternidade, seja por “inseminação artificial” ou “fertilização in vitro”.
COMPLICAÇÕES E CUIDADOS
Ainda segundo o dr. Tulius Augustus, as principais complicações de uma gravidez tardia são: Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG), diabetes e alterações genéticas no feto. “Em mulheres de faixa etária acima de 38 anos é recomendado um acompanhamento pré-natal mais próximo. Essa não é obrigatoriamente uma gravidez de risco. No entanto, como os riscos são maiores, o obstetra deve acompanhar essas pacientes de forma mais rigorosa”. Para se ter uma ideia, aos 35 anos, a chance de gerar um bebê com Síndrome de Dawn é de 1 para 350 e a partir dos 40 anos o número eleva-se de 1 para 100.
O QUANTO ESPERAR
Mulheres abaixo de 35 anos podem aguardar até um ano pela gravidez natural. Acima dessa idade o tempo cai para seis meses, decorrido esse tempo o casal deve ser submetido a uma investigação que consta de realização de dosagens hormonais, ultrasson, avaliação das trompas e espermograma, para depois o especialista indicar o tratamento ideal. O problema é a quantidade e a qualidade dos óvulos. Quando a mulher começa a menstruar, ela tem 400 mil óvulos e aos 40 anos esse número cai para 20 mil.
GESTAÇÕES FAMOSAS
Um caso de gravidez tardia, bastante raro, aconteceu à atriz Solange Couto, de 54 anos. Se com 30 anos a mulher tem mensalmente a probabilidade de 15 a 20% de engravidar, com 40 anos cai para 5% e com 45 para 1% de chance por mês de engravidar. Outras famosas que tiveram gravidez tardia são: Fernanda Torres que deu à luz aos 42 anos, Cássia Kiss que teve seu filho Pedro aos 46 e mais recentemente a atriz Betty Gofman, que engravidou aos 45 anos e deu à luz as filhas gêmeas no dia 7 de abril.
ESTATÍSTICAS
Cerca de 27 mil bebês nasceram de mães com mais de 40 anos em 2010, o triplo quando comparado a 1990. E apesar de todos os riscos que essa gravidez implica, se a futura mamãe tiver a seu favor boa saúde, peso adequado, boa alimentação, vida saudável e cuidados pré-natais, as perspectivas de uma gestação sem riscos se assemelham a de uma gestante mais jovem. E na hora de contabilizar vantagens e desvantagens, a experiência de vida só traz ganhos. As preocupações de mãe são as mesmas, mas a maturidade faz lidar com os problemas de forma mais tranquila.
Com informações do Jornal O Estado.
sábado, 28 de maio de 2011
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