Representantes do setor têxtil confirmam que o aumento da matéria-prima (algodão) terá impacto no preço das roupas, principalmente jeans e malha. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhoras no Estado do Ceará (Sindconfecções), Marcus Rocha Silva, o consumidor sente o aumento do preço em até 30%.
“O aumento do algodão para as indústrias de tecelagem chegou a 80%, agora foi repassado para as confecções de 50% a 60%. Isso vai dar um efeito final de 20% a 30 % nas compras para o consumidor”, explica Silva.
Ele diz que o setor de confecção repassou 30% do aumento para os lojistas, sendo assim um índice representativo. O presidente do Sindconfecções, compara com anos anteriores: antes havia apenas um acréscimo de 2% a 3%, de acordo com Marcus Silva. “O jeans e as blusas em malha terão aumento substancial, apenas shorts de tactel não terão grande mudança no valor e algumas peças íntimas. Uma calça jeans que custava R$ 50 está custando R$ 65 a R$ 70”, exemplifica Silva.
Impactos
As roupas de cama estão mais caras. Quem afirma o salto nos preços é a médica Socorro Carvalho. “Comprei ano passado e agora no mês de março, estou comprando novamente. Dá sim para sentir o aumento, talvez uns 40% a mais”, confirma Carvalho.
Já Eudeíza Sales, que costura para a família, não vê diferença. “Dezembro fiz bastante compras de tecidos, mas não senti muita diferença de preço agora (março). Acho que no tecido é mais difícil perceber, fica mais suave o aumento”, diz Sales.
A vendedora de uma loja de tecidos, Bruna Silva, ainda não sente o impacto nas vendas. “Só depois dos feriados do começo do ano é que sabemos mesmo se as vendas vão cair. Porque nos meses de fevereiro e março é normal cair um pouco”, afirma Bruna Silva.
Fatores
De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis do Estado do Ceará (Sinditêxtil), Ivan Bezerra Filho, o algodão subiu 300% no último ano em função da escassez do consumo no mundo e da diminuição de produção. “Com certeza vai impactar no preço das confecções aqui no Nordeste e no Brasil como um todo. Nós estamos na expectativa da nova safra que vai chegar agora em junho, que vai ser uma safra recorde no Brasil, talvez amenize um pouco esse custo”, afirma Ivan Filho.
Para o presidente do Sinditêxtil, a fase representa grande inflação no setor, “algo que nós não víamos nos últimos 10 anos, 15 anos”, comenta Ivan Bezerra. Ele ainda diz que essa é a hora de reajustar em função do preço das commodities mundiais que subiram.
O quê?
ENTENDA A NOTÍCIA
O setor têxtil passa atualmente por um salto nos preços das roupas que apresentam maior quantidade de algodão. É que a matéria-prima teve um aumento de 170,56%, de acordo com levantamento da FGV até fevereiro.
Com informações do Jornal O Povo.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário