quarta-feira, 22 de junho de 2011

Polêmica da Anvisa: entenda como agem os remédios para emagrecer

Esta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu novo parecer e a tendência é de que venha a tirar do mercado medicamentos que contém sibutramina e dos anorexígenos anfetamínicos (anfepramona, femproporex e mazindol), apesar dos protestos de algumas classes médicas.

A indicação da Anvisa está baseada em estudos científicos e no parecer da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme) de 26 de outubro de 2010. No documento, o órgão recomenda o cancelamento dos medicamentos por apresentarem riscos que superam seus benefícios.

Para entender melhor a determinação da Anvisa sobre a ideia de proibir a venda de qualquer medicamento antiobesidade, é importante saber o que existe hoje no mercado, à venda sob prescrição médica.

As drogas antiobesidade podem ser divididas em três grupos: aquelas que diminuem a ingestão de calorias, as que estimulam a queima calórica e as fórmulas que agem sobre a insulina.

Anorexígenos

As anfetaminas são as principais representantes dessa categoria. Elas agem num local do cérebro (o hipotálamo) que controla a fome. Existem três principais substâncias à venda: anfepramona ou dietilpropiona (Hipofagim, Inibex e Dualid), fenproporex (Desobesi M, Inobesin, Lipomax) e mazindol (Absten Plus, Fagolipo). Essa drogas produzem excitação cerebral, que se manifesta como insônia e nervosismo.

Sacietógenos

A fluoxetina (Prozac) e outros sacietógenos (inibidores de apetite) já foram muito recomendados para o controle da saciedade. Mas, a longo prazo, mostraram-se pouco eficazes para perda de peso. A sibutramina (Reductil e Plenty) se inclui nessa categoria e é considerada a droga mais moderna. A substância melhora a sensação de saciedade e aumenta o gasto calórico. Tem efeitos colaterais: dor de cabeça, insônia, boca seca e agitação.

Inibidores de absorção

O grande representante das drogas que interferem na absorção de gorduras é o orlistat (Xenical). Em vez de agir no cérebro, essa substância age no intestino, diminuindo em 30% a absorção de gorduras. Não causa dependência, mas pode provocar crises de diarreia se a pessoa consumir muitos alimentos gordurosos.

Estimulantes de queima calórica

As drogas anorexígenas e sacietógenas, além de aumentar a saciedade, têm esse efeito calorigênico. Os hormônios tireoidianos podem evitar a diminuição de gasto calórico, devido à perda da massa magra ocasionada pela restrição calórica e à diminuição dos níveis circulantes de triiodo tironina (T3). Seu uso, entretanto, é controverso, sendo indicado apenas para tratamento de obesidade em pacientes com hipotireoidismo. As outras substâncias usadas para queima calórica são as metilxantinas (cafeína, teofilina e aminofilina), a iombina e a efedrina. Todas elas podem acarretar aumento de pressão, taquicardia, tontura, irritação e dificuldade de dormir.

Ação sobre a insulina

A insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas, diminui a taxa de glicose (açúcar) no sangue, transferindo-a para os tecidos, onde se transforma em energia. Toda vez que o indivíduo se alimenta, o pâncreas libera insulina para manter o equilíbrio do organismo. Alguns pacientes apresentam respostas exagerada na liberação de insulina, assim como resistência à insulina devido ao excesso de gordura. Medicamentos que tratam esse problema ajudam na perda de peso. Os mais conhecidos: Metformina, Acarbose e Miglitol.

Além de prejuízos à saúde, o efeito sanfona é a consequência mais comum do uso de medicamentos para emagrecer. Após o tratamento, o apetite volta e, em 95% dos casos, a pessoa recupera o peso perdido e até outros quilos mais. O reganho de peso também está associado à descontinuidade de hábitos saudáveis, como se exercitar e comer adequadamente. Em casos de obesidade grave, médicos costumam indicar remédios emagrecedores no início do tratamento para acelerar o processo.

Com informações do Blog Vida Saudável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário