terça-feira, 22 de abril de 2014

Hipertensão: Entenda o problema


Os problemas relacionados à pressão arterial acabam dando origem a uma série de outros males. Conheça alguns e veja como eles abalam a sua saúde a médio e longo prazo.

O que é arteriosclerose e como ela está relacionada à pressão alta?
Um dos problemas mais sérios relacionados à pressão alta é a arteriosclerose, que pode levar a doenças coronarianas. Pessoas com pressão alta têm mais chances de desenvolver doenças coronarianas porque a pressão alta coloca mais força nas paredes das artérias. Com o tempo, essa pressão extra pode danificar as artérias, tornando-as mais vulneráveis ao estreitamento e ao depósito de placas. Isso reduz o fluxo de sangue para o coração, privando-o de oxigênio. O endurecimento das paredes das artérias também pode levar à formação de pequenos coágulos de sangue.

Como a arteriosclerose é diagnosticada?
Normalmente, a arteriosclerose não é diagnosticada até a pessoa reclamar de dor no peito. Nesse estágio, o médico pode realizar exames de vão avaliar o risco de doenças do coração. São eles:
Eletrocardiograma: exame que verifica a atividade elétrica do coração. Pequenos eletrodos são fixados na pele do seu peito, braços e pernas
Cateterismo: Introdução do cateter para diagnosticar problemas cardíacos ou obstrução nas artérias
Testes de esforço: durante esse exame, você se exercita numa bicicleta ergométrica ou numa esteira para elevar seus batimentos cardíacos enquanto eles são monitorados
Ecocardiograma: um exame de ultra-som do coração. Permite fazer uma análise da anatomia e do funcionamento do órgão. Em geral, é acompanhado de um exame de som, que verifica o fluxo sanguíneo pelo coração
Tomografia computadorizada: um raio-x e um computador são usados para construir uma imagem do coração
Ressonância magnética: faz imagens dos vasos sanguíneos, mostrando onde eles podem estar bloqueados

Pressão alta e derrame
Um derrame ocorre quando o fluxo de sangue para uma área do cérebro é paralisado. Como resultado, as células do cérebro, sem o oxigênio e a glicose necessários para a sobrevivência, morrem. Se não detectado logo, estragos permanentes podem se instalar. Pessoas hipertensas têm de quatro a seis vezes mais chances de ter um derrame.

Como ocorre um derrame?
Existem dois tipos de derrame:
Isquêmico: É semelhante a um ataque do coração, mas ocorre nos vasos sanguíneos do cérebro. Os coágulos podem se formar tanto nos vasos sanguíneos do cérebro ou nos vasos que chegam ao cérebro. Esses coágulos barram o fluxo de sangue para as células do cérebro. O derrame isquêmico também ocorre quando muita placa gordurosa se acumula nos vasos sanguíneos do cérebro. Cerca de 80% dos derrames são dessa natureza

Hemorrágico: Ocorre quando um vaso sanguíneo do cérebro se quebra ou rompe. O resultado é o sangue se espalhando para os tecidos, danificando as células. As causas mais comuns são pressão alta e aneurisma (dilatação anormal de um vaso)

Pode ocorrer também um mini-derrame, um sinal de iminente derrame. Consiste dos mesmos sintomas de um derrame, mas eles são temporários, durando 15 minutos ou menos. Pode acontecer minutos ou meses antes de um derrame. Por isso deve ser tratado.

Como um derrame é tratado?
O melhor caminho é a prevenção. Caso ele já tenha ocorrido, o médico pode aplicar uma medicação intravenosa que desobstruirá a artéria, principalmente nas três primeiras horas depois do início do derrame. No caso do derrame hemorrágico, o caminho é controlar a pressão ou até mesmo realizar uma cirurgia.

O derrame pode ser evitado?
Cerca de 50% dos derrames podem ser evitados. Muitos fatores de risco podem ser controlados antes que causem problemas. São eles:

Pressão alta
Fibrilação arterial
Diabetes fora do controle
Colesterol alto
Fumo
Álcool (mais de uma dose por dia)
Estar acima do peso
Doenças do coração ou na carótida (artéria na cabeça)

Algumas pessoas podem precisar de procedimentos para remover placas das artérias ou alargá-las para melhorar o fluxo sanguíneo.

O que é um ataque do coração?
Acontece quando o fluxo de sangue no coração é interrompido. Sem sangue e oxigênio, parte do coração começa a morrer. Como ele não consegue bombear o sangue de forma adequada, o corpo acaba retendo líquidos e sódio. Os fluidos começam a se acumular nos braços, pernas, joelhos, pulmões e outros órgãos. O corpo fica congestionado. Nem sempre um ataque do coração é mortal. Um atendimento rápido pode restabelecer o fluxo sanguíneo. Os sintomas podem ser:

Falta de ar
Inchaço
Dificuldade para dormir deitado
Pulsação irregular
Náusea
Fadiga
Maior necessidade de urinas durante a noite

Durante um ataque do coração, os sintomas duram cerca de 30 minutos ou mais e não são aliviados com o repouso ou com medicação oral. Os sintomas iniciais podem começar com um leve desconforto que progride para dor. Algumas pessoas têm um ataque do coração sem ter nenhum sintoma. Pode acontecer com qualquer pessoa, mas é mais comum entre diabéticos. Se você estiver tendo um ataque do coração, não tarde em procurar socorro médico. O tratamento imediato é essencial para minimizar os danos.

Como as doenças hipertensivas do coração são diagnosticadas?
Seu médico vai procurar alguns sinais, como:
Pressão alta
Crescimento do coração ou batimentos cardíacos irregulares
Fluidos nos pulmões ou nas extremidades inferiores do corpo
Barulhos estranhos no coração

Eletrocardiograma, ecocardiograma, teste de esforço, raio-x do peito e outros exames também podem ser pedidos.

Como elas são tratadas?
Seu médico vai tratar a hipertensão, que é a causadora das demais doenças. Para isso, ele usará vasodilatadores e outros remédios, como diuréticos, inibidores da angiostesina, bloqueadores dos canais de cálcio, bloqueadores de beta e IECAs. Além disso, ele pedirá mudanças no seu estilo de vida, como:
Dieta: se um ataque do coração estiver em jogo, reduzir a quantidade de sódio ingerida para 2g ou menos por dia é recomendado. Além disso, ingira mais fibras e potássio, limitando a quantidade de calorias para perder peso. Restrinja o uso de açúcar refinado, gorduras saturadas e colesterol
Monitore seu peso: isso envolve aumentar seu nível de atividade (conforme recomendado pelo médico) e verificar o peso todo dia
Evite o tabaco e o álcool
Check-ups regulares

Em alguns casos, você pode precisar de uma cirurgia para corrigir uma doença do coração. Pode ser um marcapasso, uma válvula mitral reparadora, cirurgias vasculares e a implantação de um equipamento de assistência ao ventrículo esquerdo.

Pressão alta e doenças nos olhos
Além de causar problemas para o coração e para os rins, a hipertensão maltratada pode afetar sua visão e causar doenças oculares. A hipertensão pode danificar os vasos sanguíneos na retina, a área atrás do olho onde a imagem é formada. Essa doença é conhecida como retinopatia hipertensiva. O dano pode ser sério se não for tratado.

Quais são os sintomas?
Em geral, as pessoas não percebem os sintomas. A retinopatia acaba sendo diagnosticada em exames de rotina dos olhos. Alguns sintomas podem ser dor de cabeça e problemas para enxergar.

Como é diagnosticada?
Um oftalmologista pode diagnosticar a retinopatia por meio de um instrumento que projeta luz para examinar o fundo do seu olho. Alguns sinais da doença são:

Estreitamento dos vasos sanguíneos
Infiltração nos vasos sanguíneos
Manchas na retina
Inchaço da mácula e do nervo óptico
Sangramento no fundo dos olhos

Como evitar?
Mantenha sua pressão sob controle, com uma dieta adequada, exercícios e até remédios. Além disso, visite o médico regularmente.

Pressão alta e diabetes
A combinação de diabetes e pressão alta pode potencializar o risco de doença cardiovasculares. Por isso, quem tem diabetes e pressão alta deve cuidar tanto dos níveis de açúcar no sangue quanto da hipertensão. Alguns remédios para hipertensão pode ter um efeito negativo na taxa de glicose. Por esse motivo, muitas vezes os diuréticos são usados para tratar hipertensos diabéticos. Eles não influenciam os níveis de açúcar. Além disso, a combinação de pressão alta e diabetes é um importante fator de risco para o desenvolvimento e piora de várias complicações do diabetes, incluindo doenças nos olhos e nos rins. Isso afeta cerca de 60% das pessoas diabéticas.

Ter diabetes aumenta o seu risco de desenvolver pressão alta e outras doenças cardiovasculares porque o diabetes afeta de forma negativa suas artérias, tornando-as predispostas à arteriosclerose (endurecimento das artérias). A arteriosclerose pode causar pressão alta que, se não tratada, leva a estragos nos vasos sanguíneos, derrame, ataque do coração e insuficiência renal. Comparados a pessoas com uma pressão sanguínea normal, os hipertensos têm mais risco de:

Doenças coronarianas
Derrames
Doenças vasculares periféricas
Insuficiência cardíaca

Qual deve ser a pressão de quem tem diabetes?
Ela não deve ficar acima de 130/80. O primeiro número se refere à pressão sistólica ou a pressão que ocorre nas artérias quando o seu coração bate e enche as artérias de sangue. O segundo número está relacionado à pressão diastólica, ou seja, a pressão exercida nas artérias quando o seu coração está em repouso, no intervalo entre os batimentos. Ter uma pressão normal é tão importante para lidar com o diabetes quanto controlar os níveis de açúcar no sangue.


Com informações do site Minha Vida

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