A pesquisadora Eliseth Leão, enfermeira e musicoterapeuta,
pesquisa há 15 anos os efeitos da música no tratamento da dor. Em seu doutorado
defendido na Universidade de São Paulo (USP), ela pesquisou a obra do
compositor de música clássica Richard Wagner. Encontrou nas partituras do autor
alemão um importante auxílio para as mulheres sofredoras de fibromialgia, um tipo de dor majoritariamente feminino,
caracterizada por diagnóstico e tratamento difíceis.
“Estudamos 90 mulheres que sofriam cronicamente de dor e
elas escutaram músicas de Wagner. Aferimos a intensidade antes e depois das
audições, por meio de escalas numéricas”, conta. “A redução da dor e a sensação
de alívio foi impressionante”, afirma a pesquisadora.
Segundo Eliseth, o mecanismo que faz da música um
“analgésico natural” é simples: enquanto escutam, as pessoas acionam algumas
memórias e fazem associações com imagens que têm efeito terapêutico. A
estrutura musical ajuda na liberação do hormônio endorfina, ligado ao
bem-estar.
Na pesquisa sobre a obra de Wagner, a maior parte das
pacientes lembrou, com as músicas, de mortes na família, catástrofes e
acidentes, associações seguidas por um alívio. Já quando escutavam Luiz
Gonzaga ou Tom Jobim – outros autores com efeitos terapêuticos, nas
palavras de Eliseth, os pacientes de dor crônica também apresentaram
benefícios, mas com associações de passagens boas da vida, praias paradisíacas,
luzes coloridas.
“As melodias, as letras, as lembranças trazidas com os sons,
sejam boas ou más, podem ajudar os pacientes a encontrar qual foi o ponto de
partida do desequilíbrio que provoca as dores (na cabeça, nas costas ou em
qualquer outra parte do corpo)”, explica a especialista.
Com informações do site Delas
Nenhum comentário:
Postar um comentário