terça-feira, 12 de maio de 2015
Como manter a criatividade na vida adulta
Muitas impressões padronizadas são relacionadas à criatividade, das ideias mais inovadoras e revolucionárias aos talentos artísticos. Essas crenças acabam fazendo com que muitas pessoas desejem ser mais criativas ou se considerem totalmente desprovidas dessa característica. No entanto, é preciso ter cuidado para que nada disso se torne um grande vilão para o potencial de todo indivíduo.
“A criatividade é um talento fundamental para lidarmos com os desafios no dia a dia. Em um mundo cuja mudança é a única constante, ser criativo faz a diferença para empreender nos desafios ou sucumbir aos mesmos, seja em aspectos pessoais ou profissionais”, enfatiza o coach executivo e instrutor de gestão de mudanças André Luiz Dametto, da ALD Consultoria.
Engana-se, porém, quem acha que a criatividade só faz parte da vida de quem trabalha em áreas tradicionalmente reconhecidas por essa característica, como as artísticas ou tecnológicas. “Criar e inovar faz parte de comportamentos desejados em todos os campos profissionais, pois sempre há oportunidades de melhorar produtos, serviços, processos, formas de gerenciar pessoas ou transformar modelos de negócio”, esclarece o especialista.
Além disso, é importante destacar que há diversas formas de criatividade, cada uma importante ao seu modo, podendo até ser complementares, mas não excludentes. Todo ser humano, portanto, é criativo por natureza e isso fica claro até mesmo nas situações mais banais, como a capacidade de lidar com problemas relacionais, em encontrar soluções para imprevistos domésticos ou até na hora de desenvolver métodos particulares para memorização ou aprendizagem.
Maiores mitos sobre a criatividade
Apesar dessas evidências práticas sobre a existência da criatividade em diversos aspectos da vida, ainda pode ser que algumas pessoas se identifiquem como não-criativas. Por isso, é válido ressaltar que esse elemento se expressa de diferentes maneiras e graus em cada indivíduo e isso se relaciona diretamente com uma série de fatores das experiências particulares: “a criatividade se desenvolve no próprio processo de formação psicológica”, diz o psicólogo e escritor Alexandre Bez, “quanto mais saudável for a infância e a interação social, mais a pessoa estará apta a dialogar com os fatores que determinam a criatividade”.
Não se trata de um dom
Considerando a criatividade como um elemento necessário à vida e construído ao longo dela, é automático desmistificar um dos equívocos mais amplamente reproduzidos a respeito dela. Assim como acontece com habilidades específicas, a verdade é que a criatividade precisa ser lapidada, é preciso “identificar suas vocações e aptidões naturais. São essas que desenvolvidas se transformam em nossos talentos”, afirma André.
Nem toda ideia vem de um insight
Uma crença muito romanceada é a de que pessoas criativas têm maior facilidade para conceberem ideias aleatoriamente, que surgem do nada e prontas para serem realizadas. No entanto, o coach André Luiz observa que as medidas mais criativas costumam ser fruto de um processo, o qual tem início “com a coleta de dados sobre o problema em questão, seguido de uma etapa de incubação, ou seja, o momento onde nos distanciamos do problema e aí sim, eureka, fica mais fácil obter um estalo criativo”, descreve.
Hábitos inimigos da criatividade
Com o foco nos talentos (re)descobertos com a ajuda da prática de aptidões, o estímulo da criatividade é uma consequência, mas essa não é a única solução para se tornar uma pessoa mais criativa. O psicólogo Alexandre alerta que o desenvolvimento da criatividade na vida adulta exige condições favoráveis e alguns hábitos comuns — alguns dos quais considerados autossabotagem por André Luiz — podem ser grandes vilões nessa busca.
Medo de errar
Pensar na possibilidade de não acertar de primeira pode levar muita gente a desistir de colocar alguma ideia em prática. O apego à perfeição pode ser muito prejudicial nesse sentido, principalmente por conta do risco de relegar projetos ao esquecimento.
Para driblar esse tipo de comportamento, André Luiz propõe uma ressignificação do erro, encarar essa possibilidade como uma nova oportunidade, pensando que “em inovação, o erro novo é um acerto”, sugere.
Procrastinar
É comum que uma consequência do medo de errar seja a procrastinação, “muitas pessoas preferem adiar implementar seus projetos somente quando estiverem perfeitos”, comenta o coach executivo.
Outra manifestação desse hábito está no famoso “deixar para amanhã o que pode ser feito hoje”, o que é diferente de deixar ideias maturarem e pode até enfraquecer o fluxo criativo. Também se encaixa nesse aspecto a preferência por evitar dar início a tarefas que podem ser trabalhosas.
André Luiz recomenda a adoção de um modelo de ação muito simples para evitar que as ideias se percam nesse limbo. Para o especialista, o ideal seria “aceitar um modelo ‘nota 6’ que será o primeiro passo para a concretização da ideia”; postura que implica também em questões mais cotidianas, como a organização de um quarto ou o desenvolvimento de um sistema de caronas solidárias entre vizinhos, por exemplo.
Supervalorização do ego
Principalmente no meio profissional, um comportamento bastante prejudicial ao processo criativo é a grande preocupação em assumir um proposta, conceber uma ideia e não compartilhá-la com outras pessoas que podem vir a se envolver na atividade. “Pensar somente sob a própria ótica impede os criativos de dialogarem com as pessoas que se beneficiarão dos projetos e co-criar com elas as melhores soluções”, observa André Luiz.
É preciso, portanto, aceitar que algumas vezes a melhor maneira de criar pode ser expondo suas ideias e aceitando colaborações que possam somar à ela.
Estado emocional abalado
Como já dito anteriormente, a criatividade está completamente relacionada ao desenvolvimento psicológico de cada pessoa. Por isso, o psicólogo Alexandre Bez destaca o estado emocional como um fato de total influência no processo criativo, citando a depressão, a timidez excessiva, a falta de motivação e a autocrítica muito rígida como alguns dos principais fatores que podem diminuir o potencial criativo.
Nesse sentido, o coach André Luiz também ressalta que a criatividade é favorecida quando há equilíbrio entre diversos aspectos que tangem a vivência humana, dos quais destaca o corpo físico, energético, astral, mental e espiritual, que podem ser trabalhados individualmente para que se integrem, formando um ambiente favorável ao desenvolvimento da criatividade.
Fonte: Dicas de Mulher
Marcadores:
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