sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A 15ª edição do Elavio foi realizada em Pacoti, em busca de formar novos quadros e ampliar conhecimento da área

No dia a dia, não é possível perceber, mas por trás de processos como logística, pesquisa médica e biológica, serviços públicos, localização via Sistema de Posicionamento Global (GPS), gerenciamento de recursos humanos e outros tantos está o trabalho de cientistas especializados em Pesquisa Operacional (PO). Pesquisadores da área oriundos de 16 países estiveram em Pacoti, no Maciço de Baturité, para participar do XV Escuela Latinoamericana de Verano en Investigación Operativa (Elavio), com o objetivo de trocar experiências e fortalecer a pesquisa no setor, que vem crescendo por conta das diversas aplicações práticas.

A Pesquisa Operacional alia conhecimentos da matemática aplicada e da inteligência computacional em busca de melhorar a eficiência dos mais diversos sistemas. "Eu costumo dizer que a Pesquisa Operacional é a ciência que estuda a melhor maneira de fazer as coisas. Para chegar a um determinado local, qual é o caminho no qual gasto menos tempo ou menos combustível? Em que supermercado encontro os melhores preços, ou compensaria financeiramente comprar em mais de um estabelecimento? Na prática, ela é muito utilizada para otimizar tempo e custo em empresas, mas há várias utilizações", discorreu o professor Marcos Negreiros, da Universidade Estadual do Ceará (Uece), um dos organizadores do evento, realizado em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC).

Uma dessas utilizações é no desenho para recomposição de moléculas de proteínas, pois a visualização da geometria dessas partículas atômicas permite entender uma série de processos biológicos. O tema foi discutido na palestra de encerramento do encontro proferida, ontem, pelo professor Nelson Maculan, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), referência mundial na área.

"Este é um momento importante para agregar jovens pesquisadores a fim de conhecer pesquisas de ponta e o que há de mais atual na área. Essa palestra que eu dei, por exemplo, é inédito, não havia sido apresentada", opinou o professor.

Novos quadros

Na plateia, cerca de 150 estudantes e professores da Argentina, Bélgica, Brasil, Espanha, Estados Unidos, Canadá, Chile, China, Colômbia, Cuba, Índia, Irã, Itália, Peru, Portugal e Sérvia se conheceram e trocaram experiências no Cine Teatro Luís Pimenta. Depois das aulas, estudantes do Ensino Médio olhavam, curiosos, para aquelas pessoas que se comunicavam em inglês e debatiam algo aparentemente bem distante de suas realidades.

"Esta é uma área recente, que ganhou força na década de 1940 e que hoje é mais trabalhada pelos estudantes de pós-graduação. Uma das metas deste encontro é preparar quadros que possam trabalhar a Pesquisa Operacional com os alunos de graduação e, no futuro, introduzí-la nas escolas de Ensinos Médio e Fundamental", explicou Marcos Negreiros.

Desafios

Para o estudante peruano Guido Rodriguez, da Universidad Nacional de Ingeniería, o encontro foi importante porque, a partir do conhecimento de outras pesquisas, é possível agregar técnicas utilizadas em outros países na própria pesquisa. "Esta é uma área muito instigante, que vem atraindo pesquisadores. Esperamos que isso só venha a aumentar com o surgimento de novos desafios a serem respondidos pela Pesquisa Operacional", comentou o estudante.

Enquete
Ciência Multiuso

"Aqui, tivemos a chance de evidenciar os nossos trabalhos e de eles serem avaliados por uma banca de pesquisa"

Rafael Martinelli
Doutorando em Informática/ Rio de Janeiro

"O encontro permite trocar ideias e conhecer novos pesquisadores, o que é essencial para a ciência"

Mahmoud Ebadian
Estudante / Irã

"Mais pesquisadores vêm sendo atraídos pela área, por conta de suas diversas utilizações práticas"

Luiz Prudêncio
Comissão organizadora do encontro

"A área é bem desenvolvida no Brasil, então consideramos muito importante estar num espaço como este."

Victor Parada
Professor da Universidad de Santiago / Chile

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